Mais um desentendimento entre a Federação Egípcia de Futebol (EFA) e Mohamed Salah: a federação emitiu um comunicado esta segunda-feira respondendo às críticas do jogador do Liverpool, cujo futuro na seleção do seu país parece incerto

No domingo, Salah publicou um 'tweet' que mais parecia dum ultimato à EFA: "Realmente não há tempo para nos dar uma resposta?".

Salah referia-se à violação dos seus direitos de imagem, após a EFA usar a imagem de craque, sem sua autorização, no avião da seleção egípcia, ao lado do nome de um patrocinador, a empresa de telecomunicações WE. Salah é a cara da empresa rival, a Vodafone.

O extremo também não parece ainda ter digerido bem o caso Kadyrov: durante o Mundial 2018 da Rússia, os jogadores dos 'Faraós' tiveram que fazer algumas fotografias com o mandatário da Chechénia, Ramzan Kadyrov, em Grozny, cidade-base do Egito durante o Mundial.

A imprensa, especialmente a britânica, criticou Salah por se deixar fotografar ao lado de um homem acusado de "torturas e assassinatos" e regularmente denunciado por organizações internacionais por violar os direitos humanos na Chechénia.

O empresário de Salah, Ramy Abbas, contactou a Federação Egípcia para expressar o mal-estar do jogador, algo que não foi bem recebido pela entidade.

"Nunca vi um empresário pedir a demissão dos dirigentes de uma federação se as suas exigências não forem aceitas", denunciou, em comunicado, a EFA, que diz negar "favorecer um jogador". A EFA criticou o que considera os pedidos sem lógica de Salah.

Posteriormente, Salah publicou dois vídeos no Facebook em que garante ter pedido apenas mais segurança para toda a seleção egípcia e para que episódios como o de Kadyrov, no qual o atacante foi obrigado a acordar para receber o político, não se repitissem.

"Essas coisas acontecem comigo, sou eu que sou incomodado com esse tipo de coisas. São pequenos pedidos, mas que podem tornar as coisas mais fáceis, que podem permitir aos jogadores se concentrarem apenas no jogo", explicou o atleta.

O desentendimento, que começou há seis meses, parecia ter ficado no passado após a intervenção de políticos do Egito.

Esta nova colisão chega no momento em que o Egito se prepara para enfrentar o Níger a 8 de setembro pelo apuramento para a Taça das Nações Africanas, que será sediada por Camarões.