O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, lamentou não ter condenado de forma mais enérgica os ataques racistas contra Mesut Özil, que levaram o médio a abandonar a seleção germânica.

“À luz dos ataques racistas, deveria ter sido mais claro e apoiado Özil. Deveria ter sido mais direto. Este tipo de ataques é totalmente inaceitável. Lamento que Mesut Özil se tenha sentido abandonado pela DFB”, disse Grindel, em entrevista publicada hoje no tabloide Bild am Sonntag.

O presidente da DFB rejeitou que pretendesse fazer de Özil o bode expiatório da campanha dececionante da Alemanha no Mundial2018, no qual defendia o título conquistado quatro anos antes, mas não passou da primeira fase do torneio.

Özil anunciou há cerca de um mês a retirada da seleção alemã, após uma controvérsia gerada por uma fotografia em que aparecia junto ao presidente turco e líder do AKP, Recep Tayyip Erdogan, interpretada como apoio à campanha para as eleições presidenciais daquele país.

O jogador do Arsenal, de 29 anos, alegou que a fotografia nada tinha de político, apenas expressava o respeito pelo órgão máximo de soberania do país da sua família, deixando a acusação: “Aos olhos de Grindel, sou alemão quando ganhamos e imigrante quando perdemos”.

“Para mim, é evidente que se ganha em conjunto e se perde em conjunto. Fazer de um jogador o responsável pela eliminação [no Campeonato do Mundo] é absurdo”, sustentou o líder federativo, descartando a possibilidade de se demitir em consequência do ‘caso Özil’.