Um Campeonato do Mundo do Qatar em 2022 com 48 seleções no lugar de 32 geraria "entre 300 e 400 milhões de dólares em receita adicional", disse nesta terça-feira uma fonte que teve acesso a um estudo de viabilidade elaborado pela FIFA.

O organismo já oficializou a ampliação de 32 a 48 seleções no Mundial de 2026, que será organizado por Estados Unidos, Canadá e México, mas não para a competição de 2022.

Mas o presidente da FIFA, Gianni Infantino, luta firmemente pela ampliação para 48 participantes já a partir da próxima edição do Campeonato do Mundo, que será realizada daqui a três anos no Qatar, apesar dos problemas geopolíticos derivados da ruptura das relações diplomáticas deste Emirado com vários dos seus países vizinhos.

Infantino espera aprovar a mudança na reunião do Conselho da FIFA, que será realizado nesta sexta-feira em Miami. Para alcançar o objetivo, a FIFA encomendou um estudo de viabilidade que concluiu que a ampliação era possível.

O estudo afirma que um aumento na dimensão do Campeonato do Mundo geraria "entre 300 e 400 milhões de dólares de receita adicional", segundo uma fonte questionada pela AFP, que teve acesso às conclusões do relatório.

Segundo o estudo, a FIFA receberia 120 milhões de dólares a mais em direitos televisivos, 150 milhões em direitos de comercialização e 90 milhões em emissão de ingressos.

O Mundial é a principal fonte de receita da FIFA. O Campeonato do Mundo da Rússia em 2018 permitiu à entidade que rege o futebol registar no período de 2015-2018 um volume de negócios de 6.4 mil milhões de dólares, números superiores às suas previsões.

Para passar de 64 jogos num formato com 32 seleções a 80 jogos com 48 equipas, algumas partidas terão que ser disputadas fora do Qatar.

"Nenhum país é favorito", declarou a fonte. "Cinco países podem apresentar-se (para sediar jogos): Bahrein, Kuwait, Arábia Saudita, Omã e Emirados Árabes Unidos".

Mas "qualquer decisão de incluir possíveis países-sede requer o aval do Qatar", lembrou o estudo de viabilidade.

Devido à situação geopolítica "na região e o bloqueio atual imposto por Bahrein, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos ao Qatar, a participação destes países implica a retirada deste bloqueio, em particular a retirada das restrições ao movimento de pessoas mercadorias", concluiu o estudo.