O 'The Players Tribune' volta oferecer-nos um fantástico testemunho de um antigo futebolista, na primeira pessoa. Numa emotiva carta, o argentino Martín Palermo explica como reagiu à morte de Diego Armando Maradona, com quem jogou no Boca Juniors em 1997.

"Quando ouvi a notícia mandei logo uma mensagem a um jornalista amigo que eu sabia ser próximo dele. 'É verdade?' Respondeu-me 'sim...' Nesse momento, não se consegue… não se consegue acreditar. Lembrei-me da quantidade de vezes que o Diego esteve em situações parecidas, em que esteve no hospital e em que se multiplicaram os rumores sobre a sua morte. E então pensava 'não pode ser, é apenas o que estão a dizer. Provavelmente não é nada'. E realmente não era nada. O Maradona recupera sempre. O Maradona sobrevive sempre. Tinha acontecido tantas vezes. Então pensas 'esta é uma mais'. Mas depois a notícia sobre a sua recuperação não chega. Comecei a ficar ansioso à medida que esperava. Mandei uma mensagem a Cláudia, a sua ex-mulher, para saber se era verdade. Disse que sim. Mas mesmo assim não aceitas, a tua mente recusa-se a aceitá-lo. Para mim o Diego ia estar sempre ali, tinha a certeza que ia chegar aos 100 anos", escreveu 'El Loco'.

Num testemunho arrepiante, o antigo internacional argentino, que jogou em clubes como Villarreal, Betis, Boca Juniors e Estudiantes, explica como tem sido difícil lidar com a notícia da morte do seu amigo.

"Não sei quando vou enfrentar a realidade. Talvez em algum momento terei de aceitar que o Diego partiu, da mesma forma que tive de aceitar a morte do meu filho. Vou ter de cruzar essa ponte e dizer 'não está cá. Nunca mais o vou ver'. Mas ainda não cheguei a esse ponto. É demasiado doloroso, demasiado surrealista. Para mim o Diego ainda está ali. Deus ainda existe. E de algum modo estará sempre lá", escreveu.

Para Martín Palermo, agora com 47 anos, "foi uma bênção poder ter jogado" com Maradona "nos últimos meses da sua carreira". Quando os dois se cruzaram no Boca Juniors em 1997, 'El Pibe' estava numa fase descendente da carreira. Foi por pouco tempo mas 'El Loco' lamenta não ter sabido disfrutar mais daquela companhia.

"Obviamente não estava na plenitude - o Diego de Nápoles, bom, era outro Maradona. Mas metia medo. Chegava ao treino e era como se tudo parasse, nós apenas víamos o que ele fazia com a bola, ficávamos de boca aberta enquanto metia um livre ao ângulo. Não estou a exagerar, o Diego conseguia por a bola onde queria. Mas tudo passou rápido, foram apenas uns meses e agora, olhando para trás, penso que devia ter desfrutado mais", lamentou.

Martín Palermo jogou com Maradona no Boca Juniors e foi treinado por El Pibe na seleção argentina.

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