Carlos Kameni, jogador que trocou o Málaga pelo Fenerbahçe em 2017, contou em entrevista o autêntico pesadelo que vive na Turquia. O guarda-redes não treina com a equipa principal, não frequenta as instalações do clube, e para se manter em forma trabalha com as equipas da formação.

O guardião camaronês, que assinou por três anos - com mais um de opção - em 2017, diz que vive uma situação "impensável" e que só pensa em regressar a Espanha.

"Com tudo o que me aconteceu é fácil vir abaixo momentaneamente, mas nunca pensei em deixar o futebol. Tenho forças para continuar ao mais alto nível e quero voltar a Espanha em algum momento. É impossível ficar mais um ano aqui com estas condições", contou o jogador, em entrevista ao jornal espanhol 'Marca'.

"Quando chegou o novo treinador, o turco Aykut Kocaman, em novembro, ele excluiu-me sem qualquer motivo. Com Cocu [despedido em outubro] também não jogava, mas ao menos estava inscrito. Agora treino sozinho e depois vou para casa. Espero sair no verão, mas vou-me embora sem qualquer arrependimento. Isto é muito desagradável, e chegas a questionar em que mundo vives", acrescentou.

Kameni relatou ainda que o seu caso não é o único no futebol turco, e que as pessoas do futebol na Turquia "são muito estranhas".

"As pessoas são muito estranhas. Vendem-te muito fumo e afetou-me em alguns momentos. Cheguei a perguntar-me se eu era tão mau como me faziam querer. Mas não, continuo a ter força para voltar a jogar num grande clube e espero resolver dentro de alguns meses a minha situação", atirou.

"Isto só acontece aqui. O futebol turco é muito estranho, é outro mundo. Antes de vir, já me tinham contado algumas histórias, mas nunca como isto realmente é. Tive propostas para vir para cá muito antes, mas nunca imaginei que isto fosse acontecer. Muitas estrelas sabem que isto aqui é mau, como Van Persie, Pepe, Sneijder ou Podolski. Não mudou nada", concluiu.