O presidente da FIFA, Gianni Infantino, questionou a realização de jogos de campeonatos nacionais em períodos reservados para competições ou amigáveis entre seleções.

"Sei que não é fácil encontrar pontos de equilíbrio entre todas as partes, mas os interesses do futebol devem estar acima dos interesses individuais ou corporativos, e todos os responsáveis têm a obrigação de encontrar saídas para esse tipo de situação", afirmou o dirigente da entidade que rege o futebol mundial, em entrevista ao 'GloboEsporte.com.'

Questionado sobre a situação específica do Campeonato Brasileiro, que tradicionalmente não para durante o período de treinos e jogos da seleção brasileira, Infantino garantiu que compartilha "o desconforto de muitos pela sobreposição dos jogos de clubes de elite com as partidas da seleção".

No entanto, destacou que, como presidente da FIFA, não deve e não pode "sobrepor" a sua opinião à tomada de decisão de cada federação.

Os Campeonatos disputados no Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Venezuela, Costa Rica ou Japão, entre outros, costumam manter os seus calendários durante as 'datas FIFA', apesar de muitos dos seus jogadores serem convocados por seleções nacionais.

Na atual janela internacional para confrontos entre seleções, por exemplo, o técnico do Brasil, Tite, convocou sete jogadores que atuam no país: Everton Ribeiro, Rodrigo Caio e Pedro, do Flamengo; Weverton e Gabriel Menino, do Palmeiras; Thiago Galhardo, do Internacional, e Guilherme Arana, do Atlético-Minas Gerais. Todos são titulares nos seus clubes, que lutam atualmente pela liderança do Brasileirão.

Pelo regulamento, as equipas são obrigadas a ceder os seus jogadores às seleções nacionais.

Infantino também reiterou a ideia de reduzir o número de jogos por temporada, a pedido de jogadores e treinadores devido ao aumento das lesões e ao pouco tempo disponível para a preparação, principalmente em tempos de pandemia.

"Devemos procurar formas de ter menos jogos, mas mais significativos. Encontrar uma fórmula perfeita será extremamente desafiador, mas acho que a comunidade do futebol deveria, pelo menos, discutir aberta e francamente para ver se podemos encontrar soluções novas e melhores. Parece haver uma consenso de que há muitos jogos por temporada em muitos países ”, explicou.