O treinador português Augusto Inácio rescindiu hoje contrato com o clube egípcio de futebol Zamalek, depois de ter estado retido nas instalações do clube até se reunir com o presidente, Mortada Mansour.

Inácio garantiu, no entanto, que não foi “ameaçado fisicamente” e que estava “tudo tranquilo”, apesar de não ser autorizado a sair até se reunir com o presidente, com quem queria acertar a rescisão “ainda hoje”, o que já aconteceu, tendo o português abandonado de seguida as instalações do Zamalek.

Depois de ter chegado ao clube egípcio há três meses, Inácio e Mansour trocaram acusações nos últimos dias e o desfecho foi a rescisão, hoje consumada com a presença de dois elementos da segurança da embaixada portuguesa, revela o diário desportivo Record.

Em conferência de imprensa, na terça-feira, o técnico português, de 62 anos acusou Mansour de tentar substituir elementos da equipa técnica, de tentar afastar do clube o jogador ex-Sporting Shikabala do plantel e ainda de ‘inventar’ uma alegada agressão de Inácio a Pedro Moreira, analista tático, e de “dizer mentiras”.

“Homem que é homem fala as coisas olhos nos olhos e resolve as coisas olhos nos olhos”, afirmou, então, Inácio na conferência de imprensa, onde também disse que não tinha "medo de perder o emprego".

De acordo com a informação veiculada pelo Jornal de Notícias, Augusto Inácio precisou de pedir auxílio à embaixada de Portugal no Egipto e solicitou a presença de um representante da embaixada na reunião com o presidente do Zamalek, Mortada Mansour, para tratar da sua saída do clube egípcio.

Recorde-se que Augusto Inácio chegou ao Egipto há três meses para assumir o comando técnico do Zamalek, mas o terceiro lugar no campeonato egípcio e a eliminação prematura na Liga dos Campeões Africanos acabaram por ditar o afastamento do treinador português.