Em conferência de imprensa realizada em plataforma virtual, André Vale lembrou que a sua equipa vai jogar “num estádio com muitos adeptos adversários e num relvado sintético”, mas assegurou que “isso não vai servir como desculpa” para um eventual resultado negativo e que as jogadoras estão “mais do que preparadas”.

“Viemos mais cedo, com tempo para fazer um treino de adaptação ao relvado e nos habituarmos às condições que vamos ter. Também já mostrámos que sabemos jogar com público e com adversidade. Portanto, sacudidos aqueles nervos iniciais, será um jogo estrategicamente parecido e a nossa ambição será a mesma do jogo anterior, que é ganhar”, definiu o assistente de Filipa Patão.

E para consegui-lo, depois de analisado o encontro anterior na ‘Champions’ feminina, que o Benfica perdeu no Seixal, por 1-0, André Vale explicou que será necessário “manter a equipa coesa na maior parte dos momentos” e “criar vantagens em todo o campo para tirar partido de todos os espaços concedidos” pelas suecas.

“É procurar essas vantagens, chegar com mais gente às zonas de finalização e ser menos perdulários. Quando temos uma situação para finalizar, fazê-lo rapidamente, atacar as segundas bolas e ser mais agressivos nestes momentos em que conseguimos criar e chegar ao último terço”, analisou Vale.

Por outro lado, e apesar da derrota nos últimos minutos da partida da jornada anterior, frente às suecas, com uma grande penalidade polémica, André Vale assegurou que o Benfica não viajou para Gotemburgo com sentimento de vingança, “porque o futebol não é feito de vingança e sim de crescimento”, mas admitiu “um sabor amargo” que ficou desse resultado.

"Sentimos um sabor amargo, porque temos crescido muito nestes jogos das competições europeias e porque, embora não tenha sido um jogo perfeito de nenhuma das equipas, sentimos que conseguíamos um resultado diferente. Portanto, vimos com todas as ambições de chegar à primeira vitória e fazê-lo fora de casa também mostra a nossa força e vontade de ultrapassar adversidades”, frisou André Vale.

Ao lado do técnico, a protagonista direta do lance da grande penalidade, Ana Rita Seiça, também descartou sentimentos de vingança, afirmando que “o que passou, passou” e que o foco da equipa, durante a última semana, esteve totalmente em “jogar para os três pontos”.

“Foi decidido como foi, não cabe a nós ou a mim julgar. É seguir em frente, focar no jogo de agora, outra vez nos três pontos, na vitória, com os ajustes e o trabalho feitos durante a semana. Seguimos em frente e em frente é para a vitória”, atirou a defesa benfiquista.

No entanto, Ana Rita Seiça, que substituiu Sílvia Rebelo nesse encontro, recordou que quis “entrar no jogo como ele estava, intenso”, pelo que sentiu “necessidade de entrar forte e com presença” e assegurou que não vai ser diferente no próximo desafio.

“É uma decisão da árbitra, não tenho de contestar. Vou entrar sempre forte, isso não pode ser diferente. Se jogar, vou entrar da mesma forma, com a mesma ambição, querer dar o meu contributo, e é aí que está o foco”, concluiu a jogadora das ‘encarnadas’.

O Benfica visita o BK Hacken na quarta-feira, às 17:45, em encontro da quarta jornada do grupo D da Liga dos Campeões de futebol feminino, que terá lugar no estádio Hisingen Arena, em Gotemburgo.

A equipa orientada por Filipa Patão contabiliza apenas um ponto na competição, fruto de um empate (0-0) com o Bayern Munique na primeira jornada, e ainda não venceu qualquer partida, após perder na segunda ronda com o Lyon (5-0) e com o BK Hacken (1-0) na semana passada.