O selecionador português de futebol de sub-21 apelou hoje à “velocidade e precisão” de passe para desequilibrar a Suíça na quarta-feira, em jogo da terceira e última jornada do Grupo D do Campeonato da Europa da categoria.

“A Suíça joga em 4-4-2 clássico, é muito agressiva defensivamente, tem um excelente momento de pressão e sai rápida em contra-ataque. O jogo passará muito por aí. Se o fizermos bem, poderemos ter um caminho facilitado. Se o fizermos mal, poderemos ser fortemente penalizados”, reconheceu Rui Jorge, em videoconferência de imprensa.

Líderes isolados do Grupo D, com seis pontos, graças aos triunfos sobre Croácia (1-0) e Inglaterra (2-0), os lusos defrontam a Suíça na quarta-feira, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Stozice, em Ljubljana, com arbitragem do sueco Glenn Nyberg.

“Eventualmente, é o oponente mais forte defensivamente neste grupo e os nossos jogadores dificilmente terão muito tempo para pensar. Parece-me que estão muito bem trabalhados e percebem muito bem o jogo e o momento de pressionar. Podem criar dificuldades ao jogarem com dois avançados e são bons no ataque rápido”, analisou.

Um empate garante a vitória na ‘poule’ e a entrada na próxima fase, que também poderá ser confirmada com uma derrota por um golo frente aos helvéticos, exceto 1-0 ou 2-1, ou se a Croácia não derrotar a Inglaterra à mesma hora, em Koper, também na Eslovénia.

“Não sabemos até que ponto precisamos do resultado. Sabemos que seguiremos em frente com dois resultados, mas a nossa direção não deve ser essa. Tenho sentido o grupo bem, mas acredito desde o início que eles saibam que nós não encarámos os dois primeiros adversários como sendo mais fortes do que este último”, ressalvou Rui Jorge.

O equilíbrio do Grupo D “não foge ao que era perspetivado” pelo selecionador português, ciente de que os quatro adversários “se mantêm com hipótese de apuramento” e as duas disponíveis de entrada nos quartos de final “podem ser decididas até ao último segundo”.

“Embora se falasse que podia ser diferente em termos de nome, perspetivámos que isto pudesse acontecer quando vimos as equipas a jogar. Estamos muito satisfeitos por estar onde estamos. Nesta altura, não trocaríamos esta posição por nenhuma outra. Amanhã [quarta-feira] poderá dizer-se quem gostaria ou não de trocar de posições”, observou.

Com 60 partidas efetuadas ao leme da seleção de sub-21, Rui Jorge ainda “vai decidir” sobre a continuidade das alterações táticas evidenciadas diante de Croácia e Inglaterra, visando uma postura coesa em zonas recuadas e apta para soltar o talento no ataque.

“Acredito que seja o grande princípio do treinador: ter uma equipa segura, equilibrada e que consiga pôr os seus talentos a torná-la atrativa e eletrizante. No fundo, tentar que ninguém fique indiferente a ver-nos jogar. Estes atletas, pela qualidade que têm, não o merecem. Agora, isso não pode ser dissociado de uma organização coletiva”, explicou.

Esse “funcionamento coletivo” tem justificado uma “boa interação dentro e fora do campo entre jogadores nascidos em cinco gerações”, ainda que o treinador da equipa das ‘quinas’ continue despreocupado com as probabilidades de conquista do título europeu.

“Não sei como estão as contas dos outros grupos nem é coisa que me interesse agora, muito menos essa questão de ser favorito ou candidato. Até ao momento, os jogadores portugueses têm-se mostrado a um excelente nível. Um grande objetivo nosso é que as pessoas olhem para eles como atletas talentosos, com sentimento e correção”, concluiu.