Portugal sagrou-se campeão europeu pela primeira vez, ao vencer a Itália por 4-3 após prolongamento, num jogo louco. Na final no OmaSP Stadion, na Finlândia, a seleção lusa esteve a vencer por 2-0, com golos de Jota e Trincão mas permitiu a recuperação italiana em dois minutos, pelo suplente Moise Kean. No prolongamento marcaram-se mais dois golos, com Jota a bisar e Scamaca a empatar. Suplente Pedro Correia fez o golo histórico e deu o título a Portugal.

Itália - Portugal: as melhores imagens do jogo

Percursos diferentes até a final. Portugal queria 'vingança' e história

Estas duas formações já se tinham defrontam na segunda ronda desta prova. Na altura os transalpinos venceram por 3-2, depois de atuarem mais de 80 minutos com mais um jogador, após expulsão do capitão Diogo Queiroz que nunca mais entrou no onze. A seleção lusa, que terminou em segundo do Grupo B, goleou a Ucrânia, por 5-0, nas meias-finais, depois de ter vencido a Noruega (3-1) e a Finlândia (3-0). Os italianos venceram a Finlândia (1-0) e empataram com a Noruega (1-1), depois do 3-2 a Portugal na fase de grupos. Nas 'meias', derrotou a seleção francesa por 2-0.

A Federação Portuguesa de Futebol optou por se apresentar no Torneio de Toulon, uma prova de sub-20, com esta seleção de sub-19, para dar mais competitividade a estes jovens. E pode-se dizer que a estratégia resultou, face a forma como Portugal se exibiu na fase final deste torneio.

Além da ambição lógica de vencer o torneio neste novo formato pela primeira vez, havia também um certo desejo de vingança, seleção que venceu Portugal na final deste torneio em 2003 (2-0). Nas anteriores finais, Portugal perdeu em 2014 (0-1 frente à Alemanha) e 2017 (1-2) frente a Inglaterra. Se tivermos em conta o anterior formato (sub-18) e este, Portugal apresenta-se como o país com maior número de finais perdidas - oito, em 1971, 1988, 1990, 1992, 1997, 2003, 2014 e 2017 -, as três últimas já com o atual modelo competitivo. Nos sub-18, sagrou-se campeão em 1961, 1994 e 1999.

Para este jogo no OmaSP Stadion, Hélio Sousa, selecionador luso, não pode contar com o guarda-redes Diogo Costa, que se lesionou na meia-final, tal como o médio Miguel Luís, lesionado no aquecimento. João Virgínia foi o guarda-redes, Nuno Nunes, também conhecido por Pina, foi o médio escolhido.

Determinado em levantar o 'caneco', os jovens lusos entraram a todo o gás e criaram várias situações de golo no sintético do OmaSP Stadion. João Filipe, conhecido por Jota, deu o primeiro sinal aos dois, Pina aos 11 e José Gomes aos 13 estiveram perto do golo. Aos 26 foi o defesa central David Carmo disparar uma 'bomba' de muito longe para uma defesa fantástica de Plizzari.

Os portugueses dominavam a partida, tinham o controle das operações e não deixaram os italianos crescer no jogo. Só aos 30 minutos apareceu o primeiro remate com perigo por parte de Frattesi mas João Virgínia, guarda-redes que atua no Arsenal, defendeu com a ponta dos dedos. O guarda-redes luso viria a brilhar novamente aos 41, a remate de Tonali.

Quando já se esperava pelo apito do espanhol Juan Martinez Munuera, um passe da direita encontrou o peito de Trincão que deixou a bola para Jota. O extremo do Benfica encheu o pé e atirou para o fundo da baliza, num lance em que o guarda-redes transalpino podia ter feito muito melhor.

E tudo Kean mudou

No início do segundo tempo o selecionador italiano trocou a técnica de Pinamonti pela velocidade de Moise Kean. Uma decisão que viria a revelar-se acertada.

Antes de Kean desatar a fazer estragos na baliza lusa, Portugal ameaçou o 2-0 por Trincão aos 58 e 59, e Jota aos 69. Mas Trincão marcaria mesmo, aos 72, na recarga a um remate de Jota que o guarda-redes italiano defendeu para a frente. Destaque para o passe fantástico de Quina.

Mas frente a um Itália, que é cínica dos sub-10 aos 'sub-99', era preciso manter-se vigilante, apertar na marcação e tentar marcar mais um golo para dar mais tranquilidade. Isso não aconteceu e Moise Kean tratou de castigar os lusos com dois golos quase iguais, aos 75 e 76 minutos: o primeiro num remate forte e colocado, após toque de calcanhar de Capone; o segundo num desvio na grande área após centro da direita.

Até ao final, o resultado não se alterou, com as duas equipas já com o prolongamento na cabeça.
Jota ainda tinha forças depois de receber ajuda do suplente Pedro Correia

Hélio Sousa, que já tinha lançado Mesaque Djú no lugar de José Gomes, antes dos 90, colocou em campo Pedro Correia no posto do cansado Trincão e Nuno Santos no lugar de Domingo Quina. Portugal ganhava frescura na frente e no meio, mantendo a defesa sem alterações.

No prolongamento a Itália entrou melhor, com Portugal a demorar a retomar o controle da partida. Nuno Santos, recém-entrado, quase que fazia autogolo aos 100 minutos. Mas Jota tinha um 'coelho na cartola'. O avançado do Benfica aproveitou um passe de Pedro Correia para 'encher' o pé à entrada da área fazer um golaço, com o guarda-redes ainda a tocar na bola mas sem conseguir evitar o 3-2. Jota bisava no jogo, fazia o seu quinto golo na prova e apanha Trincão na liderança dos marcadores.

Mas no recomeço, após troca de campo no prolongamento, Gianluca Scamacca fez o 3-3 aos 108 minutos, num desvio de cabeça dentro da área. Mas Portugal respondeu logo por Pedro Correia, que ganhou um ressalto na área e fez o 4-3 aos 109.

Depois foi aguentar até ao apito final e celebrar.

Portugal consegue assim o primeiro título nos sub-19, um ano depois de ter perdido a final para Inglaterra.  De destacar que a maior parte destes jogadores se tinham sagrado campeões no escalão de sub-17 há dois anos. Este é o primeiro triunfo luso desde que a prova mudou de formato, em 2001. Destaque também para Hélio Sousa, que, depois de vencer o Euro sub-17, sagra-se campeão europeu de sub-19.

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