A seleção portuguesa de futebol garantiu hoje uma 11.ª presença consecutiva na fase final de uma grande competição, um perfeito ’11 e 11’, em contraste com apenas quatro participações nas primeiras 26 edições de Europeus e Mundiais.

Antes de 2000, a formação das ‘quinas’, que assegurou um lugar no Euro2020 com um triunfo no Luxemburgo (2-0), apenas tinha estado em dois Mundiais (1966 e 1986) e outros tantos Europeus (1984 e 1996), falhando o apuramento em 21 ocasiões, depois de não ter entrado na corrida ao Mundial de 1930.

A situação inverteu-se depois de falhado o Mundial de 1998, com Portugal a não mais falhar uma fase final, sendo que, em 2004, não precisou de se qualificar, pois disputou o respetivo Europeu na qualidade de anfitrião.

A formação das ‘quinas’ tem ainda uma outra presença numa fase final, da primeira edição da Liga das Nações, que venceu este ano, no Porto. Juntando esta prova, é a única seleção europeia sem ausências em fases finais desde 2000.

Para chegar ao Euro2020, Portugal precisou do último jogo, tal como na anterior qualificação, para o Mundial2018, enquanto na corrida ao Euro2016, que conquistou, qualificou-se ao penúltimo (1-0 à Dinamarca).

Esta facilidade contrasta com os problemas das três provas anteriores, em que Portugal só se apurou no ‘play-off’, duas vezes face à Bósnia-Herzegovina (Mundial de 2010 e Europeu de 2012) e uma frente à Suécia (Mundial de 2014).

Certo é que, a formação das ‘quinas’ soma apuramentos consecutivos desde que se qualificou para o Euro2000, tendo hoje elevado a contagem para 11, cenário bem diferente ao que aconteceu anteriormente.

Após ter estado ausente da qualificação para o primeiro campeonato do Mundo, em 1930, Portugal falhou sucessivamente oito apuramentos (Mundiais de 1934, 38, 50, 54, 58 e 62 e os primeiros Europeus, de 1960 e 64).

À nona tentativa, a formação das ‘quinas’ logrou, finalmente, qualificar-se, para o Mundial de 1966, sob o comando de Eusébio da Silva Ferreira, autor de sete dos nove golos lusos – os outros foram de Coluna e Jaime Graça.

Mesmo com o ‘rei’, Portugal não conseguiu dar sequência ao brilhante terceiro lugar conseguido em Inglaterra e entrou em novo ciclo de oito falhanços, agora para os Europeus de 1968, 72, 76 e 80 e os Mundiais de 1970, 74, 78 e 82.

A primeira presença lusa num Europeu – já o sétimo – aconteceu em 1984, graças a um triunfo final por 1-0 sobre a União Soviética, selado por Jordão, de penálti, após falta sobre Chalana no limite da área.

Seguiu-se novo apuramento, agora para o Mundial de 1986, na sequência do célebre ‘deixem-me sonhar’ do ‘bom gigante’ José Torres. O ‘milagre’ aconteceu em Estugarda, onde a formação das ‘quinas’ venceu a RFA por 1-0, com um ‘golão’ de Carlos Manuel e várias bolas nos ‘ferros’ de Manuel Bento.

Após duas meias-finais nas duas primeiras fases finais (1966 e 1984), Portugal saiu envergonhado do México, face ao tristemente célebre ‘Caso Saltillo’ e os falhanços voltaram – Europeus de 1988 e 92 e Mundiais de 1990 e 94.

Já com a ‘geração de ouro’, os campeões mundiais de juniores de 1989 e 1991, Portugal voltou em 1996, ao Europeu, de novo em Inglaterra, mas, dois anos depois, ainda desperdiçou mais um Mundial, o de 1998, num trajeto marcado pela injusta expulsão de Rui Costa, pelo francês Marc Batta, na Alemanha.

A ausência do Campeonato do Mundo disputado em França ainda é, no entanto, o derradeiro falhanço, já que Portugal segurou hoje o pleno de fases finais que ostenta desde 2000.

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