A direção do Vitória de Setúbal, presidida por Paulo Rodrigues, anunciou hoje que abandona funções esta sexta-feira, independentemente do resultado da Assembleia Geral em que votam a destituição do órgão.

Em comunicado publicado no sítio oficial do clube, o presidente garante que o resultado da votação em que os sócios se pronunciam sobre a revogação do mandato que iniciou há cerca de mês e meio não terá influência na decisão que tomou.

“Mesmo que ganhe a votação da Assembleia Geral Extraordinária desta sexta-feira, dia 04 de dezembro, sairemos da Direção do Vitória FC”, anuncia o presidente, que foi eleito a 18 de outubro.

No texto publicado, o ainda presidente do clube do Campeonato de Portugal não poupa críticas à Câmara Municipal de Setúbal, na pessoa da sua presidente Maria das Dores Meira, que acusa de falta de cooperação na resolução de dossiês cruciais, facto que foi decisivo para anunciar a sua saída do clube.

“Chegámos a pré-acordo com a Parvalorem [credora do clube], tendo conseguido um perdão de dívida de 17 milhões de euros, mas, e este mas é fundamental para a decisão que tomei, o Vitória FC só poderá beneficiar deste perdão caso a Câmara Municipal de Setúbal, e a sua Sra. presidente Maria das Dores, cooperarem”, referiu.

Paulo Rodrigues considera que a falta de comunicação com os representantes da autarquia, que acusa de falta de profissionalismo, impossibilita o trabalho da sua direção.

“Sempre quis fazer parte da solução e não do problema, e esperámos e insistimos até ao último momento possível para perceber se a Sra. presidente nos receberia, não para ser um apoio, mas para no mínimo serem profissionais e demonstrarem preocupação verdadeira para com o Vitória FC. Sem o profissionalismo da Câmara e da Sra. presidente não fará sentido continuar a lutar para implementar as soluções que temos, pois nunca quererão trabalhar connosco, e nunca haverá paz, e será cada vez mais criado o inferno”, disse.

O comunicado visa também o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do Vitória de Setúbal, Nuno Soares, que acusa de ser “subserviente dos interesses político partidários da cidade”.

“O sistema que está fortemente instalado e enraizado, enquanto não for quebrado, não duvido de que o Vitória FC será sempre um refém, ainda mais tendo um presidente da MAG, representante máximo dos sócios, como alguém subserviente dos interesses político partidários da cidade. Por isto, e não por qualquer caça às bruxas, é que tudo o que identificámos como claramente lesivo para como o Vitória foi entregue às autoridades competentes para o efeito, para que seja feita justiça para com o Vitória FC”, revelou.

O texto manifesta “orgulho” no trabalho realizado pela direção, que consideram ter feito “em mês e meio muito mais do que muitos em mandatos completos”.

“Pagámos cerca de 150 mil euros em despesas com inúmeros meses de atraso, começámos a regularizar os salários dos funcionários, os salários dos jogadores, pagámos seguros, pagámos eletricidade, pagámos água, pagámos PER (Processo Especial de Revitalização), chegámos a acordo com o clube Taubaté (clube brasileiro) que permitiu desbloquear o gravíssimo problema junto da FIFA, tínhamos conseguido um novo potencial patrocinador, para o futebol e várias modalidades e que também nos garantia solução para pagar os ordenados de novembro, dezembro e subsídio de Natal, que perante todas as informações relativas à AG Extraordinária, decidiram adiar”, referem.

A Assembleia Geral extraordinária de sexta-feira, em que o ponto único da ordem de trabalhos é a “revogação do mandato dos atuais órgãos sociais”, realiza-se na sala do Bingo, do Estádio do Bonfim, entre as 11:00 e as 21:00.

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