“O Rui Águas já fez antes um trabalho excecional com a seleção, e vejo com bons olhos o seu regresso, porque é uma pessoa que conhece bem os jogadores, conhece a casa. Vejo tudo reunido para podermos voltar a dar alegrias ao nosso povo.” É desta forma que o capitão da seleção de Cabo Verde, Marco Soares, analisa o recente anúncio de que o treinador português vai voltar a comandar os Tubarões Azuis, lugar que já ocupou entre Agosto de 2014 e Novembro de 2015. Durante esse período, Rui Águas apurou o país para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2015, embora no torneio tenha ficado pela fase de grupos, com três empates em igual número de jogos.

Contudo, uma das maiores desilusões do jogador ao serviço de Cabo Verde deu-se, precisamente, quando Rui Águas optou por deixar o capitão fora dos selecionados para a CAN 2015. Aliás, o atleta nem chegou a figurar entres os 30 pré-selecionados.

“Custou-me bastante ficar fora da CAN 2015. Não me deixou marcas, mas acredito que deixou, na altura, marcas na equipa que foi ao torneio. Houve certas coisas que a seleção acabou por perder, devido à minha ausência. E atenção, pois quem o diz é muita gente que eu conheço e que está na seleção.”

A história teve início em Fevereiro de 2014, quando Marco Soares, então no 1º de Agosto de Angola, lesiona-se com gravidade no joelho (rotura completa do tendão rotuliano) logo no primeiro jogo oficial pelo clube. Seguiram-se quase cinco meses de paragem e quatro meses de recuperação, num sprint para conseguir ainda chegar à Taça das Nações Africanas.

Na altura, e após saber que não fora selecionado, o jogador desabou na sua conta do Facebook: “O treinador [Rui Águas], na conferência [em que deu conta do nome dos 30 pré-convocados], falou que era um prémio para todos os que fizeram parte da qualificação. E eu pergunto-me a mim mesmo: Andei a fazer de boneco??? […] Andei quatro meses a treinar sozinho todos os dias debaixo de frio e chuva […], tudo a pensar somente na seleção, em estar bom para tentar estar no lote de convocados porque sei que sou importante para o grupo.”

Olhando hoje para trás, como vê o capitão toda a situação? “Sei que seria difícil eu conseguir jogar, mas mesmo só estando presente eu sei que teria um papel na equipa”, salienta. “Tenho um papel muito preponderante na seleção fora do campo, e creio que essa ausência fez-se sentir”.

E como ficou a relação entre o atleta e Rui Águas desde então? Marco Soares afasta, desde logo, que tenha existido ou ainda haja algum azedume para com o técnico português.

“Há quem pense que sinto mágoa para com o Rui Águas. Nada disso. Na altura ele até me telefonou para podermos falar. Conversámos abertamente sobre a situação, até porque essa é a minha maneira de ser. Não guardo rancor de ninguém. O Rui Águas seguiu o que é a sua base e quis ser justo com toda a gente. Na altura fiquei daquela forma porque tinha feito um grande esforço, a treinar sozinho em Lisboa durante quatro meses. E depois do contributo que dei durante a fase de qualificação julguei que deveria merecer, pelo menos, estar entre os 30 pré-convocados.”

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