Aleksander Ceferin quer afastar das provas da UEFA todos os clubes fundadores da Superliga Europeia. O presidente da UEFA mostrou-se bastante crítico com a nova competição de elite, fundada por alguns dos clubes mais ricos da Europa.

"A minha opinião é que, depois de analisada a situação, os clubes devem ser afastados de qualquer competição o mais depressa possível", apontou Aleksander Ceferin , antes de deixar fortes críticas aos fundadores da prova, em especial a Ed Woodward, diretor executivo do Manchester United, e Andrea Agnelli, presidente da Juventus.

"Vi muitas coisas na minha vida, fui advogado criminal durante 20 anos, mas nunca vi pessoas como estas. Ed Woodward ligou-me na quinta-feira. Disse-me que concordava com as mudanças, que estava muito feliz. Agnelli é a maior desilusão de todos, não quero ser muito pessoal, mas nunca vi uma pessoa a mentir tantas vezes como ele o fez. Falei com ele no sábado à tarde, disse que eram apenas rumores, que me ligava daí a uma hora e desligou o telefone. Vi muitas coisas na minha vida, mas nunca nada assim, a ganância é tão forte que os valores humanos evaporaram-se", criticou.

"A ideia da Superliga nasceu há vários anos. Não tem nada a ver com a COVID-19. Foi sendo cozinhada por gente como Florentino Pérez e Agnelli. Podiam ter falado connosco [UEFA]. Recebemos uma proposta interessante e disseram-nos que falaríamos esta semana. Isto tem a ver com a ganância de alguns", concluiu.

O presidente da UEFA diz confiar "nos clubes de França e Alemanha, que resistiram a esta tentação", lembrando que "nem todo o futebol é corrupto".

Nas declarações aos jornalistas, no dia em que foi aprovado o novo modelo da Liga dos Campeões, o líder do futebol europeu garantiu que a nova Champions irá para a frente, com ou sem os clubes fundadores da nova Superliga.

"Há muitos clubes bons e adeptos fiéis na Europa. Aprovámos hoje as mudanças, vamos fazer a Liga dos Campeões com ou sem eles", atirou.

No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica um comunicado enviado à AFP.

Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.

A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.

O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.

Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.

A UEFA deve anunciar hoje o novo formato das competições europeias a partir da época 2024, sendo esperado uma alteração no modelo da Liga dos Campeões e um aumento para 36 equipas.

Em janeiro, a FIFA já tinha avisado, num comunicado conjunto com as confederações do futebol mundial, que impediria de participar nas suas competições qualquer clube ou jogador que integrasse uma eventual competição de elite, disputada por convite por alguns dos maiores clubes europeus.

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