É mais um aviso sério da UEFA contra a Superliga europeia. Aleksander Ceferin avisou esta segunda-feira que o organismo que rege o futebol mundial poderá impedir os jogadores que participem na nova Superliga Europeia de representarem as suas seleções.

"Todos os jogadores que participem nessa competição não poderão representar a seleção. Todas as confederações estão de acordo com isso. […] A classificação para as competições europeias deve teve como base o mérito e que todos possam competir contra todos. Todos estamos contra este movimento", disse o presidente da UEFA.

Ceferin voltou a mostrar-se contra a ideia desta nova competição, lembrando que "90 por cento do dinheiro da UEFA é investido no futebol e não apenas na elite".

"A UEFA e o futebol estão unidos contra a proposta que vimos de alguns clubes na Europa que são movidos pela ganância. Toda a sociedade e os governos estão unidos contra estes planos cínicos, que são contra o que o futebol deve ser. A integralidade e o mérito desportivo são essenciais e não vamos deixar que isso mude nunca", disse Ceferin em conferência de imprensa, tendo anunciado um novo modelo nas competições europeias a partir de 2024.

"A UEFA não se move por dinheiro, desenvolve o futebol. A Superliga não é assim, é um negócio, onde só interessa o dinheiro e não a solidariedade. Estes não são os valores do futebol. Não vamos permitir isto", completou, antes de falar da reformulação da Liga dos Campeões cujo formato é aprovado esta segunda-feira pelo Comité Executivo.

"Preparámos uma Liga dos Campeões moderna e atrativa, na qual todos podem participar e ganhar", atirou.

No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica um comunicado enviado à AFP.

Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.

A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.

O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.

Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.

A UEFA deve anunciar hoje o novo formato das competições europeias a partir da época 2024, sendo esperado uma alteração no modelo da Liga dos Campeões e um aumento para 36 equipas.

Em janeiro, a FIFA já tinha avisado, num comunicado conjunto com as confederações do futebol mundial, que impediria de participar nas suas competições qualquer clube ou jogador que integrasse uma eventual competição de elite, disputada por convite por alguns dos maiores clubes europeus.