Luiz Felipe Scolari ficará marcado na história da Seleção Nacional como o primeiro selecionador a conseguir levar a 'Equipa das Quinas' a uma final de uma competição internacional, em 2004.

Em entrevista ao jornal britânico 'The Guardian', Scolari abordou o desempate através da marca dos 11 metros frente à Inglaterra, nos quartos de final da prova, inevitavelmente marcado pela defesa sem luvas de Ricardo, que fechou com chave de ouro ao marcar o último penalti que colocou Portugal nas 'meias'. Scolari admitiu que não fazia ideia do que Ricardo estava a fazer.

"Eu não sabia o que o Ricardo estava a fazer. Não percebi. Todos estávamos perplexos. Não sei se foi uma forma de inibir o adversário, se foi um 'feeling' que ele teve. Mas ele tira as luvas, defende e depois marca o último penalty. Ás vezes, como treinador, tens de autorizar os jogadores a usar a sua personalidade", disse.

O técnico abordou ainda os 7-1, sofridos pelo Brasil em 2014 frente à Alemanha, na meia-final do Mundial, afirmando que o jogo ficou marcado por vários momentos de desequilibrio do Brasil, bem aproveitados pelos germânicos.

"Quando chegámos à meia-final, tivemos aquele momento de desequilíbrio... Alguns momentos de desequilíbrio. E perdemos. Ah, [eles dizem] 'Porque iamos convencidos que eramos melhores'. Não. Perdemos por causa dos nossos erros. Eles aconteceram e foram muito bem aproveitados pela Alemanha. E foi um desastre em termos de imagem, especialmente aqui no Brasil".

"Foi a maior bomba, o maior desastre que a Seleção alguma vez sofreu, provavelmente. Em 1950 perderam, foi um desastre, mas perderam por 2-1. Por causa do número de golos, [a nossa derrota] foi diferente. (...) Eu fui a pessoa mais associada com o desastre. Sou até hoje. Fui o que ficou com a maior parte das culpas. Quando o Brasil venceu em 2002, Não era o heróis. Eramos todos hérois. [Em 2014] Esperava que todos ficassemos com a culpa, que os media reconhecesse que o Brasil tinha perdido. Mas não foi assim", concluiu.