Que símbolo e camisola vai apresentar o Belenenses SAD na partida frente ao Benfica no estádio da Luz? Esta é uma das curiosidades do embate da próxima segunda-feira, depois do Tribunal da Relação ter confirmado a decisão da providência cautelar interposta pelo clube, que proíbe a SAD dos azuis de utilizar o emblema, hino e lema do clube.

Depois de Rui Pedro Soares ter confirmado esse cenário e admitir que a equipa vai cumprir as mudanças, entrevistámos o presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho.

Em declarações ao SAPO Desporto, o líder dos azuis do Restelo olha com naturalidade para a decisão do Tribunal da Relação, lembrando que "só há um Belenenses."

"Como o país sabe só há um Belenenses, tem 100 anos, joga no estádio do Restelo e é Clube de Futebol 'Os Belenenses'. Temos neste momento a equipa de futebol na Associação de Futebol de Lisboa e vamos trilhar o nosso caminho e somos o único Belenenses que há em Portugal e não pode haver mais nenhum. E, portanto, a primeira instância confirmou esta tese e o Tribunal da Relação foi confirmar a decisão da primeira instância e portanto aquela Sociedade Desportiva que compete na Primeira Liga está impedida de utilizar as marcas, está impedida de utilizar os símbolos, de utilizar o hino, o lema, está impedido de utilizar qualquer coisa que se confunda minimamente com o Belenenses. A marca Belenenses é uma marca mista, por um lado nominativa [o nome Belenenses] e figurativa que são os seus símbolos, incluindo a Cruz de Cristo. Aquela equipa que agora joga no Jamor não se pode confundir minimamente com o Clube de Futebol os Belenenses. O que quer dizer que essa Sociedade, para já, tem o nome Belenenses na sua denominação social mas tem de arranjar outra identidade marcaria, ou seja, outro nome, para se apresentar ao público em geral. Em termos da marca, a Sociedade está proibida de utilizar o nome Belenenses, mas terá que ter outro nome para se identificar junto ao país desportivo."

"Em termos da marca, a Sociedade está proibida de utilizar o nome Belenenses, mas terá que ter outra nome para se identificar junto ao país desportivo."

Questionado sobre se a SAD, ou a Liga poderão ou não acatar a decisão do Tribunal da Relação, o dirigente acredita que esta vai ser cumprida, na medida em "vivemos num estado de direito". Patrick Morais de Carvalho considera que "quem comete esse delito de não cumprir uma decisão judicial, está a acopultar-se  com receitas provenientes de uma Marca que não é a deles."

"Se não cumprirem, a SAD e a Liga cometem um crime de desobediência, porque vivemos num estado de direito e as sentenças judiciais têm de serem cumpridas. Agora temos uma sentença no Tribunal da Relação e portanto tem que ser cumprida. Quem cometer esse delito, está a prejudicar o clube, já que está a ficar com receitas provenientes de uma Marca que não é deles. Quer a Liga,  quer os órgãos de Comunicação Social, a partir de agora, vão cumprir e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para cumprir essa sentença. O que nós queremos, e que foi reconhecido pelo Tribunal da Relação é que só existe um Belenenses e que esse Belenenses somos nós, o Belenenses de sempre. Que tem 100 anos e não há outro e não pode haver outro", atirou o líder do clube do Restelo que acredita que a decisão vai ser acatada com tranquilidade, caso contrário vão haver "consequências" para a SAD e para a Liga, que é o organizador da competição.

"Perante a decisão de um órgão de soberania é impossível um entidade fechar os olhos e não cumprir a decisão judicial. Estamos tranquilos. A própria SAD já anunciou que não vai entrar em campo com o Benfica com os símbolos do Belenenses, equipamento e cruz de Cristo mas também não se poderá chamar Belenenses, se o fizerem vão ter que arcar com as consequências. Eles e o organizador da competição que é a Liga."

Com a guerra, Clube VS SAD - que se tem vindo a arrastar há já vários meses e cujo tema foi abordado em reportagem no SAPO Desporto, Patrick Morais não concorda que o clube esteja dividido, e garante que mais de 90 por cento dos adeptos estão ao lado clube.

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"Não concordo. Quando se diz que o clube está dividido, pensa-se num 50/50, mas neste momento a divisão não é essa. 90 e muitos por cento estão do lado da equipa e acompanham a equipa que joga neste momento disputa o campeonato distrital e que brevemente vai estar nas competições profissionais outra vez. Só um número muito residual de adeptos têm ido ao estádio do Jamor ver os jogos daquela equipa. O clube sabia, que ao trilhar este caminho, havia de perder alguns sócios e não conseguiria salvar todos. O clube está preparado para perder uns e ganhar outros. Aquela meia dúzia que está no estádio do Jamor, alguns deles eu conheço, são do Belenenses e não tenho dúvida de que mais tarde, ou mais cedo, vão regressar ao clube de futebol os Belenenses".

Sobre o apoio dos adeptos nos jogos da distrital, o presidente do Belenenses classifica-o de "extraordinário" e diz mesmo que essa equipa "devolveu a alegria como há muito não se via no estádio do Restelo."

"É um apoio tem sido extraordinário, de norte a sul do país. A alegria voltou ao estádio do Restelo, que era algo que estava arredado nos últimos anos. Muitos adeptos não sentiam aquela equipa como sendo a sua equipa. E agora o Tribunal da Relação veio confirmar isso mesmo. E as pessoas estão felizes como há muito não se via no estádio do Restelo", sublinhou.

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