Chama-se Ramón Rodríguez Verdejo, um nome que poderá não dizer muito a muita gente mas que deixou a sua marca nos anais da história do Sevilha. 'Monchi' vai abandonar o clube andaluz, depois de 26 anos ao serviço da equipa espanhola e deixa um lugar difícil de preencher, como um dos diretores desportivos mais importantes da história do Sevilha.

Desde o seu tempo como guarda-redes, 'Monchi' tem estado sempre com aquele que é o 'seu' clube do coração. Como jogador foi colega de Diego Maradona, Diego Simeone e Davor Suker nos andaluzes. O antigo jogador esteve em mais de 100 partidas pela equipa principal do Sevilha, antes de assumir tarefas administrativas no clube e agora, 26 anos depois, parte, muito provavelmente para a Roma.

E que saudades vai deixar. 'Monchi' não é um nome qualquer no clube andaluz, é uma das figura responsáveis pelas contratações mais sonantes do futebol espanhol e, hoje em dia, jogadores de classe mundial que jogam nos maiores clubes europeus.

Foram 17 anos como diretor desportivo, 17 anos de vivência com jogadores, equipas técnicas, olheiros, 17 anos de observações e contratações.

Dani Alves, Sergio Ramos, Diego López, Rakitic, Negredo. Nomes conhecidos de todos e todos conhecidos de Monchi, que foi responsável pela contratação, valorização e venda por muitos milhões destes jogadores.

O próprio jornal espanhol 'La Vanguardia' classifica 'Monchi' como um dos melhores em "comprar barato e vender caro", algo "apenas superado na Europa pelo FC Porto e pelo Benfica", explica o jornal. As 15 maiores vendas do diretor desportivo do clube andaluz atingiram os 285 milhões de euros.

E o trabalho de Monchi é atento ao detalhe, atento a fazer um trabalho muito completo, como o próprio afirmou.

"Somos 16 pessoas e cada uma tem a obrigação de acompanhar vários campeonatos. Dividimos o ano em duas partes. A primeira parte vai de agosto a dezembro e aí dedicamo-nos a algo a que chamo de 'futebol bruto', ou seja, vemos jogos e mais jogos para engordarmos a nossa base de dados. Além disso, fazemos um 'onze' ideal mensal de todas as ligas que seguimos", referiu o diretor desportivo, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

"Depois, a partir de janeiro, começamos a segunda fase do nosso trabalho. Os jogadores que selecionamos, que costumam ser entre 350 e 400, ganham protagonismo. Por exemplo, se temos anotado o nome de Lacazette, seguimos esse futebolista, com riqueza de detalhes. Cinco ou seis membros da equipa vêem jogos do Lyon em circunstâncias distintas: no seu estádio, como visitante num ambiente hostil, diante de rivais poderosos, contra equipas frágeis... Desta forma, nós conseguimos parâmetros mais confiáveis sobre como é este jogador", explicou Monchi.

"Em abril, fazemos outro filtro e terminamos com uns 150 ou 200 jogadores, uns 15 ou 20 por posião. A parti daí sentamo-nos com o treinador para que ele nos diga o perfil do jogador que está à procura e, finalmente, a direção desportiva dá nomes e apelidos sobre o que está a ser pedido pelo técnico", confirmou.

É bom recordar que Monchi passou a diretor desportivo no Sevilha quando o clube militava na segunda divisão espanhola. Nesse ano de estreia, não houve contratações, conseguiram a promoção e o resto é história, com a conquista de nove títulos desde que iniciou o seu trabalho fora de campo.

O Sevilha nunca se ressentiu da saída dos seus melhores jogadores, com o olho clínico de Ramón Verdejo a conseguir encontrar soluções para o clube manter as boas exibições e boas temporadas na Liga Espanhola. E as últimas três temporadas são mesmo prova disso, com a conquista de três troféus da Liga Europa.

Espera-o um novo desafio, uma nova forma de usar o seu olho clínico para o sucesso de um clube. O espanhol procura, aos 46 anos, conseguir repetir as façanhas e os sucessos ao serviço do clube andaluz em Roma. Por outro lado, o Sevilha fica 'órfão' do seu bem-amado filho que, não deixará marca como jogador, mas nunca poderá ser apagado como diretor desportivo.


Veja as 15 vendas mais caras do Sevilha na era 'Monchi'!

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