Com os campeonatos de futebol parados devido a pandemia de COVID-19, são mais as dúvidas que certezas sobre o regresso do futebol e em que moldes. Muitos agentes desportivos têm olhado para esta paragem como uma oportunidade para alterar os quadros competitivos de futebol (profissionais e não profissionais) em Portugal.

Uma das provas que precisa de alterações é o Campeonato de Portugal, como já foi defendido por vários treinadores e dirigentes. O jornal 'A Bola' avança na sua edição desta segunda-feira que alguns clubes que militam no terceiro escalão do futebol português querem mexer na forma como a prova está organizada para minimizar o impacto do novo coronavírus.

Duas séries na Segunda Liga, Campeonato de Portugal com duas divisões

Em 2020/2021, a Primeira Liga teria 18 equipas e a Segunda Liga teria 20. Já o Campeonato de Portugal seria disputado por 96 equipas. Esta seria a época de transição para o novo modelo.

Na época 2021/2022, a I Liga continuaria a ter as 18 equipas mas a Segunda Liga seria disputada em duas séries (Norte e Sul), cada uma com 14 equipas, mais as seis equipas B e seria jogada em duas fases.

O Campeonato de Portugal seria dividido em duas divisões (CP de Elite com duas séries de 18 equipas e CP Inter-Associações, com quatro séries de 12 equipas, ambas jogadas em duas fases).

Além disso, haveria sempre play-off para promoções e despromoções entre as várias competições. Esta proposta parte do principio que a atual época de 2019/2020 na I e II Ligas será concluída.

Campeonato de Portugal com 96 equipas

Outra proposta para mudar o quatro competitivo em Portugal foi lançada pelo Tirsense. O emblema de Santo Tirso considera que o futebol distrital deverá ter o mesmo tratamento que o Campeonato de Portugal, onde irão existir subidas à II Liga, sugerindo que estas ocorram também no futebol distrital.

Em 2020/21, o Campeonato de Portugal seria composto por 95 equipas, dividas em cinco séries (mais uma do que atualmente), sendo 21 delas promovidas das Distritais. As restantes 74 seriam compostas pelas equipas que se mantêm da presente época (70), mais duas despromovidas da II Liga e dois clubes convidados.

Daqui os cinco primeiros classificados de cada série e os três melhores segundos classificados jogariam um play-off de acesso à II Liga 2021/2022, os dois finalistas seguiam para a II Liga, e o vencedor do play-off seria o campeão do Campeonato de Portugal. Nas descidas, os sete últimos classificados de cada uma das cinco séries cairiam para os distritais, ou seja 35 equipas.

Em 2021/2022, o Campeonato de Portugal teria 80 equipas, divididos por quatro séries (o mesmo número que existe atualmente, mas com mais equipas por série).

Nesta época seguiriam para o play-off de acesso à II Liga os dois melhores classificados de cada série, com os dois finalistas a seguirem para a II Liga. Os sete últimos classificados de cada série desceriam aos distritais - 28 equipas.

Em 2022/2023 é quando, segundo o plano do Tirsense, o Campeonato de Portugal voltaria à normalidade, ou seja, ao sistema utilizado atualmente: 72 equipas, divididas em quatro séries.

I Liga para 20 equipas em 2020/21

Ainda antes das duas propostas anteriores, já alguns clubes do Campeonato de Portugal como Vizela, Fafe, Sintrense, Espinho, Olhanense, Sertanense, Amora, Trofense, Lusitano e Leiria tinham avançado com uma proposta para mudar os quadros competitivos do futebol em Portugal já na próxima época, como forma de minimizar o impacto da pandemia de COVID-19.

Estes clubes propõe que a Primeira Liga seja alargada para 20 clubes em 2020/2021 para depois reduzir a mesma para 18 emblemas na época seguinte. Já a Segunda Liga seria disputada por 28 clubes, divididos em duas séries de 14 equipas em 2020/2021. A proposta prevê ainda que o Campeonato de Portugal seja disputado em duas séries de doze equipas cada a partir de 2020/21. Nas Distritais criava-se uma prova inter-associações com 56 equipas, dividas em quatro séries de 14 formações.

As competições nacionais de futebol de seniores foram suspensas a 12 de março, dois dias depois de a Federação Portuguesa de Futebol ter decidido suspender as competições nacionais dos escalões de formação. A FPF decidiu depois concluir "as competições nacionais de todos os escalões de formação de futebol e futsal, masculinas e femininas, não resultando das mesmas qualquer efeito desportivo imediato", acrescentando que "não serão atribuídos títulos nas referidas competições, nem aplicado o regime de subidas e descidas".