O semanário 'Expresso' adianta este sábado na versão em papel que que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) instaurou "processos de inquérito" a seis clubes de futebol, por casos de "dupla representação de intermediários".

Segundo a mesma fonte, que cita informação obtida pelo 'Der Spiegel' junto da plataforma Football Leaks, o Fisco português investiga uma prática que vem sendo explorada por clubes, agentes e jogadores para poupar no IRS e na Segurança Social dos futebolistas. Nesse sentido, a Autoridade Tributária (AT) está a investigar os contornos de contratos que envolvem 15 jogadores, nove deles dos chamados três grandes: quatro do Benfica, três do FC Porto e dois do Sporting.

Os outros clubes alvos destes inquéritos-crime são o Estoril (quatro jogadores), o Vitória de Guimarães (um) e o Marítimo (um).

De acordo com o semanário, a Procuradoria Geral da República confirmou que o DCIAP recebeu "várias comunicações" da AT sobre suspeitas de crimes fiscais no futebol português e que "as mesmas deram origem a inquéritos que se encontrem em investigação".

O 'Expresso' adianta ainda que, um mês antes do envio da informação do MP, outro balanço da Direção de Serviços de Investigação de Fraude e Ações Especiais da Autoridade Tributária, de outubro de 2017, dava conta dos processos em curso que envolviam os três grandes: "inspetores tributários estavam a passar a pente fino as contas dos clubes relativos a um total de 19 jogadores, sendo que vários já haviam abandonado o futebol português".

Os atletas do FC Porto eram seis (Marega, Roberto, Maxi Pereira, Danilo, Imbula e Pablo Osvaldo), os do Sporting outros seis (Adrien, Elias, Aquilani, Bruma, Marcos Rojo e Teófilo Gutierrez) e os do Benfica eram sete (Carrillo, Bilal, Pizzi, Jimenez, Júlio César, Jonas e Ola John).