A Federação Peruana de Futebol (FPF) irá distribuir um milhão de dólares entre os clubes da primeira e segunda divisões, afetados pela suspensão das competições nacionais devido à pandemia da COVID-19.

O presidente da FPF, Agustín Lozano, explicou em comunicado que esses fundos são provenientes do programa 'Evolution' da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), que autorizou as federações nacionais a recorrer àqueles a fim de atenuar o impacto negativo do novo coronavírus nas finanças dos clubes seus associados.

Lozano esclareceu ainda que os clubes que atualmente participam das competições internacionais da CONMEBOL podem solicitar o adiantamento de até 60 por cento das remunerações a que têm direito, para as quais a organização possui um fundo de 75 milhões de dólares.

Os clubes peruanos que poderiam aproveitar esta oportunidade para obter liquidez enquanto o futebol está suspenso são o Alianza Lima e o Binacional, que estão na Taça Libertadores, e o Melgar e o Sport Huancayo, que competem na Taça Sul-americana.

"Assim que as contribuições extraordinárias da FIFA e da CONMEBOL chegarem, serão tornadas públicas. Servirão para reativar a I e II Ligas, mas também para apoiar os campeonatos dos escalões de formação e femininos" referiu Lozano, reiterando que o futebol não será retomado antes de julho e que, quando tal acontecer, sê-lo-á sem público e com todas as normas de segurança asseguradas.

Nesse sentido, a FPF irá responsabilizar-se pela realização de testes da COVID-19 a todos os participantes nos jogos organizados pelo organismo e isentar os clubes do pagamento de 10 por cento das receitas provenientes dos direitos televisivos durante os meses de abril, maio e junho, salvaguardando ainda a possibilidade de estender no tempo essa isenção caso as competições não sejam retomadas em julho.

Entretanto, o Club Carlos A. Manucci, da I Liga peruana, anunciou que vai deixar de pagar os salários ao plantel principal, alegando o estado de emergência no país devido à pandemia de COVID-19.

Em comunicado, o emblema de Trujillo revelou ter negociado com os jogadores e com o sindicato de futebolistas do país uma redução salarial, devido à "situação financeira fragilizada" em que se encontra, mas que "lamentavelmente, a proposta foi rejeitada".

Desta forma, o Carlos Manucci, 14.º colocado do campeonato, após seis jornadas, informou que vai deixar de pagar os salários aos futebolistas até 30 dias depois de terminar a emergência de saúde pública no Peru.

O clube tirou partido de um mecanismo criado pelo governo peruano, que permite que os empregadores deixem de pagar aos empregados durante 90 dias, enquanto durar uma emergência de saúde pública, sendo que, nesse período, os trabalhadores afetados passam a receber um subsídio do Estado.

O governo do Perú proibiu reuniões e manifestações de massas até 2021, de forma a travar a propagação do novo coronavírus, que já matou 445 pessoas no país. Contudo, o executivo peruano deixou em aberto a possibilidade de se retomar, à porta fechada, o campeonato de futebol, que está suspenso desde o mês passado.