Entregue, em masculinos, desde 1956, o prémio passará a estar alinhado com a época futebolística, incluirá um júri mais restrito, uma diferente pré-seleção e critérios mais claros, segundo a informação prestada pela France Football, que apresentará o regulamento na sua edição de sábado.

“É uma oportunidade de dar um novo ímpeto. Antes, avaliávamos duas meias épocas. Assim é mais legível”, explicou o editor-chefe da France Football, Pascal Ferré, numa apresentação prévia realizada hoje em Boulogne-Billancourt.

O próximo troféu, a ser entregue em setembro ou outubro deste ano, terá ainda em conta a época iniciada em 2021 e englobará já este ano a final da Liga dos Campeões da temporada em curso e o Europeu de futebol feminino (de 06 a 31 de julho).

Esta reforma surge num ano de grandes mudanças no calendário do futebol, com o Mundial a decorrer fora do seu período tradicional – que abrangeria ainda esta época -, e a entrar já na seguinte, com a disputa a acontecer entre novembro e dezembro, no Qatar.

Um cenário que colocará os jogadores em destaque na competição apenas com possibilidade de serem distinguidos pela France Fottball na época de 2022/23.

Outras mudanças incluem a integração do antigo internacional marfinense Didier Drogba no comité que fará uma pré-seleção dos nomeados, e a redução do número de jurados, que continuará a ter os jornalistas, mas um por país.

A votação em masculinos será feita apenas por 100 votantes – ao contrário dos anteriores 170 -, correspondentes aos 100 primeiros países no ‘ranking’ da FIFA, e em femininos é reduzida a metade, a 50 pessoas.

Uma mudança que a France Football justifica para garantir “a especialidade” de quem vota e o respetivo acesso a imagens.

Outro aspeto importante na escolha dos premiados tem a ver com as conquistas coletivas, que passam para um segundo plano, com a revista a querer privilegiar “a prestação individual” e o “caráter decisivo ou impressionante” dos candidatos.

Para a revista deixará de fazer sentido premiar a carreira de jogadores, evitando tornar a Bola de Ouro um “feudo”.

Desde a sua criação, foram três os futebolistas portugueses a serem distinguidos com este troféu, o primeiro Eusébio, em 1965, depois Luís Figo, em 2000, e, finalmente, Cristiano Ronaldo, em 2008, 2016 e 2017.

Os atuais detentores do troféu são o argentino Lionel Messi e a espanhola Alexia Putellas.

Entre 2010 e 2015, o troféu foi entregue em simultâneo com o prémio de melhor jogador da FIFA, com Cristiano Ronaldo a acumular as distinções em 2014 e 2013.